Fotografia de Parto
Divinópolis
Parto Grazi e o início da história da Lavínia
Esse parto me marcou demais, nos conhecemos quando a Grazi já estava em trabalho de parto, mas parecia que nosso encontro já estava marcado há tempos. Vivenciei intensamente esse nascimento e me emociono em ler seu relato, Grazi!
RELATO DE PARTO NORMAL HOSPITALAR
Eu achei incrível estar grávida. Curtia e me surpreendia a cada dia com as novas formas que meu corpo tomava por ter alguém crescendo dentro de mim. Nunca tinha me sentido tão potente. Gerar uma vida é um processo fantástico!
Eu que sempre gostei de testar os limites do meu corpo, fiquei admirada com o quanto somos capazes.
Eu também me preparei durante toda a gravidez para ter o parto da forma mais natural possível. Eu mentalizava a dor como o propósito de trazer Lavínia ao mundo. Essa não era uma missão que eu gostaria de delegar. Eu queria vivenciar o parto e no que dependesse de mim, Lavínia nasceria no seu tempo, rodeada de muito amor e respeito.
25/06/21 (39semanas e 5 dias de gravidez): dia em que minha pequena estreou do lado de cá, pesando 3,232kg e medindo 47,5cm.
Foram 18 horas de trabalho de parto. Horas intensas de dor, medo e ansiedade. Nesse processo você é a protagonista e é preciso ressignificar todos esses sentimentos constantemente. A dor precisa ser transformada em força para suportar cada contração, que sempre torna mais próxima a chegada do bebê. Dor com propósito é bem diferente de sofrimento. O medo precisa ser transformado em poder e você tem que acreditar em si mesma e no seu corpo. A cada hora que se passava, eu precisava resgatar o sentimento de potência que tinha caminhado comigo durante toda a gestação. Eu seria capaz!
Me lembro exatamente das últimas contrações, quando a dor já era avassaladora e a exaustão imensa. Eu não faço ideia de onde veio a maior força que eu já fiz na minha vida, mas junto com ela nasceu Lavínia. Com essa mesma força, eu, me sentindo a mulher mais poderosa desse mundo, renasci.
Eu mentalizava o trabalho de parto como uma maratona mas não imaginava que essa seria a prova mais difícil e emocionante da minha vida.
As primeiras contrações começaram por volta das 4h30 da manhã e eram diferentes das que eu vinha sentindo nos dias anteriores. A largada estava dada!
A parte da manhã parecia os primeiros 15km da corrida, quando você está dando o seu melhor e ainda está cheia de energia. As contrações ainda não eram muito ritmadas e estavam espaçadas. A dor era intensa, mas entre uma e outra era possível respirar fundo e se recuperar. Fiquei em casa, sob os cuidados da querida @faby_eo até o meio da tarde.
Com o entardecer você chega ao temido km 32, quando sabe que está mais perto da linha de chegada, mas que ainda falta chão. Nesse momento você já não tem a mesma energia, mas mantém a raça para conseguir finalizar. Eu pensava: “Não vou quebrar! Não vou!”.
Fomos para o hospital por volta das 16 h. Eu estava com 7cm de dilatação, as contrações já estavam bem ritmadas e a dor ainda mais forte. Fui acompanhada pelo @umparteiro e pela @drageovanaavelar , que me incentivaram o tempo todo e não mediram esforços para amenizar a dor do processo com massagens incansáveis, banho de chuveiro, imersão na banheira quente...
Às 18 h eu estava com 9cm, bastante cansada, mas ainda confiante. Parecia ser o km 35, quando você está quase lá. A diferença aqui é que não temos as placas com os marcos para nos certificarmos do quanto falta para acabar.
Às 20 h eu continuava com os mesmos 9cm e não aguentava mais. Pedi pela anestesia. Eu precisava respirar. Não fazia ideia de quanto tempo ainda faltava e precisaria de ajuda para terminar.
Como um passe de mágica, a dor diminuiu significativamente e eu pude recuperar parte da energia perdida.
Às 22 h eu finalmente alcancei os 10cm de dilatação. Lavínia estava encaixada e pronta pra chegar! Estávamos no km 40. O efeito da anestesia já havia cessado, mas eu precisava aguentar. Era hora do sprint final.
Só quem cruza a linha de chegada dos 42km entende a sensação. É entre você e seu corpo. Mais ninguém. Ao cruzá-la, você finalmente entende do quanto é capaz.
Me sentei na banqueta, Eduardo se colocou na posição de apoio e Lavínia desceu lentamente. Eram 22h27 quando a recebi direto em meus braços. Nesse momento não existe mais dor e nem exaustão. O peito explode de felicidade com esse milagre da natureza e da vida. Conseguimos, minha querida! Conseguimos!
Seja bem-vinda a esse mundo.
Essa é a sua linha de partida, minha pequena! Foi dada a largada para você percorrer os caminhos da sua vida e eu estarei com você em cada etapa sempre que você precisar!
Eu não tenho palavras para agradecer pelo carinho e pelo respeito com os quais meu parto foi conduzido pela @equipeser @faby_eo @umparteiro @drageovanaavelar
Obrigada por serem tão queridos. Obrigada por cada massagem e pelas tentativas infindáveis de amenizar a dor em cada contração. Obrigada por cada palavra de encorajamento e por me deixarem segura durante todo o tempo. Sem vocês, no auge da dor, eu teria desistido.
Obrigada, Eduardo, por ser simplesmente o melhor marido que eu poderia ter. Obrigada por planejar e estar comigo em todas as etapas dessa caminhada. Sem sua força e serenidade, eu não teria vencido essas 18 horas.
Obrigada @pediatra_sofiaaamaral pelos primeiros cuidados com nossa pequena!
Obrigada @matrescenciafotografia pelo registro lindo! São as fotos mais lindas da nossa vida!
Simplesmente, obrigada! 🌹